sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER - Ana Emilia I.B.Sotero
*Ana Emilia Iponema Brasil Sotero
Desde o início da civilização a mulher, ocupou um papel de subordinação e opressão, era tida como um mero objeto. Enquanto solteira, era posse de seu pai, ao casar-se, tornava propriedade de seu marido. Sempre foi vista como um ser humano sem valor, com liberdade restrita, direitos suprimidos, anulados ou ignorados. Culturalmente, em todos os lugares do mundo, a mulher sempre foi inferior ao homem e considerada o sexo mais frágil. Criada para casar, cuidar do marido, filhos e filhas e se dedicar aos afazeres do lar. A história hoje é outra. E a mulher com o decorrer dos séculos foi conquistando seu espaço e percebendo o seu valor e a sua capacidade. A máxima de que “lugar de mulher é atrás do fogão” ou “na beira do tanque”, está ultrapassada. Após anos de luta, a mulher vem conquistando seu espaço com muita dificuldade e reiteradas reivindicações. São décadas em busca por igualdade de direitos, tanto nas cidades, como no campo, elas estão mostrando cada vez mais que são capazes de realizar as mesmas atividades que os homens. A mulher brasileira é peça fundamental na sociedade e não mais vista como se só servisse para o lar, é além de esposa e mãe, executiva, médica, engenheira, advogada, parlamentar, motorista de ônibus, taxi e máquinas agrícolas, trabalha na construção civil, é comandante de aeronave, policial militar e das forças armadas, profissões que até poucos anos eram predominantemente masculinas, dessa maneira se expõe mais e investe em capacitação. A sociedade machista e patriarcal de décadas atrás está se modificando e gerações com novas ideias estão surgindo. Atualmente, homens e mulheres dividem o orçamento e os fazeres domésticos, bem como a educação e o cuidado com filhas e filhos.
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Brasil ocupa a 85ª posição em desenvolvimento humano e desigualdade de gênero.
Na última década, o país alcançou importantes conquistas em relação à promoção da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres.
Em 2003, foi criada a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, colocou o país na vanguarda mundial.
Em 2015 comemoramos o aniversário dos 83 anos do direito de voto feminino, que desde sua conquista em 1932, as mulheres brasileiras obtiveram diversas vitórias: e os gênero nos rendimentos totais, são destaque em várias modalidades esportivas, destacamos o vôlei e o futebol.
Na vida política parlamentar as mulheres brasileiras estão praticamente sem avanço e perdendo posição em relação ao resto do mundo. O Brasil continua a ocupar o 121º lugar no ranking de participação das mulheres na política, ocupando 9% dos assentos no Congresso Nacional.
Elas ocupam apenas 10% das prefeituras, apesar do cumprimento da Lei de Cotas (30%) obtido primeira vez nas eleições municipais de 2012.
O problema da desigualdade de gênero na política não pode ser imputado ao eleitorado, apesar de ser cultural que “mulher não vota em mulher”, e essa mentalidade precisa mudar, mas a razão maior está nos partidos políticos que não conseguem abandonar suas práticas machista e patriarcal.
Sabemos que a principal barreira da participação feminina está na máquina partidária, no processo de definição das listas eleitorais e de organização das campanhas.
E para que haja o aumento da participação feminina na política brasileira é preciso alterar a participação das mulheres na estrutura de poder dos partidos políticos.
Existe atualmente cinco Estados que não tem representação parlamentar feminina, são eles: Alagoas, Espirito Santo, Paraíba, Sergipe e Mato Grosso, a participação da mulher é fundamental para o desenvolvimento deste país com justiça e igualdade para o povo brasileiro.
Reafirmando a importante contribuição da mulher vemos hoje, 38% dos lares brasileiros liderados por ela. Podemos afirmar que a tão sonhada igualdade de gêneros está paulatinamente acontecendo, e a sociedade brasileira vem mudando com esses avanços da mulher, e sua efetiva presença tem sido importante para essa mudança e transformação, então... LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER!!!
*Professora, advogada, palestrante, doutoranda em Ciências Jurídicas e Ciências Sociais
Óleo sobre Tela Gilda Portella |
Óleo sobre Tela Gilda Portella |
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
A Mulher Negra - Francielle Costacurta
Óleo sobre Tela: Gilda Portella |
Óleo sobre Tela: Gilda Portella |
Óleo sobre Tela: Gilda Portella
Texto: Francielle Costacurta
Foto: João Almeida
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Pérolas Negras, Mulheres Negras
domingo, 6 de novembro de 2016
MILONGA DO PRETO VELHO - Oliveira Silveira
MILONGA
DO PRETO VELHO
Mão
resvalando nas cordas
marca de
antigas algemas
voz
deslizando na roda
alforria
de outras penas.
Pé
batucando o compasso
Marca de
antigos grilhões
planger
de cor das de aço
na
senzala dos galpões.
Nos
ombros acorcundados
peso de
fardos antigos
viola ao
braço aconchegada
milonga
–regaço amigo.
Mão de
empurrar o arado
mesma voz
de amansar boi
lembrança
de carreteadas
num tempo
que já se foi.
Mãos que
fizeram as cercas
de pedra
e longa amargura
palavras
que foram reza
mesma voz
das benzeduras.
Mão
retinta como o barro
amassado
na cruzeta
pele
enrugada de charque
vida - sal
e sol e vento.
Saudoso
de velhas danças
o pé nas
rotas chinelas
e um
biajazo de lança
escondido
nas costelas.
No braço
da viola um mastro
no bojo,
escuro porão
voz azul
de fundas ondas
embalando
a embarcação.
Livro
Pelo escuro poemas afro- gaúchos, 1977
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Óleo sobre Tela de Gilda Portella |
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Cianotipia de Gilda Portella |
sábado, 5 de novembro de 2016
Eu e o Não Eu - Ele Semong
Eu e o Não Eu
Eu nessa
minha parcimônia,
vestida
com escancarada elegância,
jamais
hei de ocultar tão evidentes,
a tribo,
o atabaque, o axé,
o orixá,
o ori, o ancestral.
Eu e a minha carapinha cheia de bochicho,
minha erva de guiné, minha aroeira,
meu samba no pé e outras literaturas.
Eu nessa
parcimônia vestida com toda a vida
e seus
acontecimentos,
nem só
por um momento quero me perder dessa cor.
O não eu,
o outro. Tão fino, tão delicado,
chega a me
deixar tonto, encabulado,
com seu
vampirismo, seus diabos, suas taras...
Tão
racional e exótico nas cerimônias,
esse
outro, estranho outro,
faz
buracos no céu da Terra,
sente
prazer, se lambuza com as guerras,
pensa que
respirar é um estorvo,
prende os
gestos ao corpo, e berra, e berra, e berra.
Tudo por falta de melanina.
Fonte: http://elesemog.com.br/a/index.php/poemas/742-racismo
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Encontrei minhas origens
Encontrei minhas origens- Oliveira Silveira
Óleo sobre Tela de Gilda Portella |
Encontrei minhas origens
Em velhos arquivos
Livros
Encontrei
Em malditos objetos
Troncos e grilhetas
Encontrei minhas origens
No leste
No mar em imundos tumbeiros
Encontrei
Em doces palavras
Cantos
Em furiosos tambores
Ritos
Encontrei minhas origens
Na cor da minha pele
Nos lanhos de minha alma
Em mim
Em minha gente escura
Em meus heróis altivos
Encontrei
Encontrei-as, enfim
Me encontrei
Fonte:
Livro Roteiros dosTantãs, 1981
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