domingo, 22 de janeiro de 2017

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Por Thata Alves

Tela : Gilda Portella, Foto: João Almeida e Poesia de Thata Alves


Tela : Gilda Portella, Foto: João Almeida e Poesia de Thata Alves



 
 Tela Gilda Portella, Foto João Almeida, Poesia Thata Alves




Tela Gilda Portella, Foto João Almeida, Poesia Thata Alves

DANDARA THATA ALVES


Tela: Gilda Portella, Foto João Almeida e Poesia Thata Alves

Óleo sobre Tela Gilda Portella, Foto: João Almeida 

Tela Gilda Portella, Foto João Almeida, Poesia Thata Alves


Tela Gilda Portella, Foto João Almeida, Poesia Thata Alves 



quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Entre Gargalhadas

Texto: Sergio Ballouk , Tela Gilda Portella, Foto João Almeida 




Tela Gilda Portella, Foto João Almeida




Tela: Gilda, Texto: Sergio Ballouk, Foto: João Almeida



Tela: Gilda, Foto: João Almeida


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Reflexão sobre Racismo e Genocídio da População Negra

 

Confira artigo de Josemeire Alves Pereira * sobre a obra # Parem de Nos Matar! de Cidinha da Silva

Óleo sobre Tela de Gilda Portella

Cidinha da Silva participa do que podemos chamar de uma tradição de escritoras e escritores negras que, por meio de seu árduo e elaborado trabalho intelectual, representam uma importante frente de resistência e superação do racismo, no Brasil e nas diásporas.
Uma tradição que se desenvolve na história do país desde, pelo menos, o alvorecer do século XIX, por meio da ação de pessoas escravizadas ou livres “de cor” (libertas ou nascidas livres), que forjaram seu direito ao acesso às letras, consideradas distintivo privilégio das elites políticas e econômicas no Brasil, desde sempre.
Estas pessoas – até onde a história nos “revelou”, majoritariamente homens negros, muitos dos quais literatos, que participaram do surgimento da imprensa entre nós, publicando também jornais (periódicos) voltados à causa “dos homens de cor”, durante o século XIX e no alvorecer do século XX e que fizeram desta ação e da literatura instrumentos fundamentais de organização e luta pelo respeito à dignidade e cidadania das pessoas negras neste país.
Dentre estes, conhecemos Machado de Assis – o famoso escritor, representado até bem recentemente, como homem branco: para a branquitude, afinal, seu talento inconteste não poderia ser conferido a uma pessoa negra. Cronista de seu tempo, crítico da sociedade escravista e da condição das pessoas negras no chamado pós-abolição. Há também Lima Barreto, a quem não conseguiram/puderam branquear e cuja ascensão e reconhecimento buscaram a todo custo conter.
Na contemporaneidade, Oswaldo de Camargo, Abdias do Nascimento, Cuti, Eduardo de Almeida Pereira, Ricardo Aleixo… Dentre as mulheres negras, Maria Firmina dos Reis, Geni Guimarães, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo com suas escrevivências poderosas, a dramaturga Grace Passô, o coletivo “Quilomboje” com seus “Cadernos Negros”…
Sobre estes intelectuais negrxs poderíamos afirmar: fazem da escrita, em certa medida, “escrevivência”. Ora, talvez alguém possa reiterar que aquelas e aqueles diretamente beneficiados pela branquitude também o fazem – no sentido, mesmo, de que mesmo a mais elaborada obra de ficção é fundamentada a partir do vivido, da observação e dos posicionamentos de quem a escreve –, ainda que não se o reconheça.
Mas Conceição Evaristo evidencia e potencializa sua escrevivência, por meio da qual o vivido – em especial as memórias, em sua dinâmica própria e fluida, mas também as percepções e compreensões desse vivido – tudo isto é elaborado e oferecido ao mundo a partir da uma poderosa escrita literária, em seus mais distintos gêneros. É uma forma de inscrever-se no mundo, na história, a partir de nossos próprios termos, de nossa própria voz e olhar.
Começo a falar deste “#Paremdenosmatar!”, de Cidinha da Silva, a partir destas referências, porque parece-me importante dizer dos diálogos que a autora tece com o mundo, tal como o faz esta “comunidade” de escritoras e escritores negros brasileiros que, por mais distantes que estejam entre si, no tempo e no espaço, comungam vivências e lutas de ontem e de hoje, no ofício da escrita. Cidinha o faz de maneira singular, contudo, muito embora possa compartilhar de vivências similares à de mulheres como as que já aqui referenciamos.
Nestes seus 10 anos como escritora, ela nos apresentou textos já fundamentais pela qualidade literária e pela maneira como são apropriados, especialmente pela população negra, que neles se vê, que com eles elabora e reelabora continuamente sua identidade e sua relação com um mundo mediado pelo racismo.
A amplitude e diversidade do público de leitores que a obra de Cidinha alcança, bem como as estratégias de que lança mão a escritora para dialogar com este público, é um fenômeno que talvez a singularize entre estes seus pares. E isto é um dado que, a despeito de todo o quadro perverso do racismo explicitado pela própria recepção de sua obra, precisa ser celebrado porque é, ao mesmo tempo, sinal da força da resistência cotidiana destas pessoas e dos coletivos.
Tenho como referência algo dito pela autora, há alguns anos, sobre realizar-se por meio da literatura, de sua escolha e dedicação por se tornar escritora – uma escritora “afro-centrada”. A este respeito, lembro-me da expectativa e de uma certa inquietação – que alguns de nós compartilhávamos, talvez sem saber, com o que Sueli Carneiro diz no Prefácio de #Paremdenosmatar! – acerca do “risco” de “perdermos” uma importante ativista das lutas pelos direitos humanos, de combate ao racismo.
Aqui, abro um pequeno parêntese para contar que conheci Cidinha, aqui no Morro, mesmo – mais precisamente, na Barragem Santa Lúcia, em alguma programação da Gincana do (grupo de jovens) JUBA ou da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, no final da década de 1990. Ela nos foi apresentada pelo Hamilton Borges, do Movimento Negro Unificado, importante parceiro nosso, à época.
Então, quando li a primeira edição do “Cada Tridente em Seu Lugar!”, que ela lançou também na Barragem em 2006, minha alma “respirou” agradecida e emocionada, pelo teor daquela escrita e também porque, então, percebi o poder daquilo que eu via como outra forma de luta: aquela que consegue mobilizar o que de mais profundamente humano e sagrado há em nós, que nos reconecta com este sagrado da sensibilidade, nos fortalecendo e alimentando nossa busca por respostas, por uma melhor forma de estar no mundo, de contribuir para que ele seja uma experiência de vida e não de mortes cotidianas.
“#Paremdenosmatar!”, nos alerta a autora, “é leitura densa que exige estômago e coragem. É um livro que exige mais do que o desgastado uso do termo “denúncia” para caracterizá-lo. Este #Paremdenosmatar! é testemunha de acusação do genocídio contemporâneo da população negra. É memória viva em transformação que se vale da crônica como suporte.”
De fato! Não foi fácil. Não é fácil lidar com a memória viva da crueldade manifesta na desumanização decorrente do racismo, que sustentou as chacinas praticadas por civis e, principalmente, pelo Estado, por meio do aparato policial, em especial, contra jovens negros no Brasil ou nas Africas.

Exige certa “força”, certo preparo emocional reviver a violência racista, homofóbica, misógina que cotidianamente nos mata, a cada hora, em um genocídio para o qual ninguém liga – porque “vidas negras não importam” (vidas negras faveladas menos ainda!), matar homossexuais e mulheres é algo natural, em uma sociedade que surge e se consolida fundamentada na prática sistemática da violência escravista da dominação senhorial e patriarcal.
Entre nós ainda é tragicamente forte a indiferença diante dos vários tipos de violência que historicamente nos privam do acesso às condições dignas de existência ou mesmo da mera existência.
Em contextos como o nosso, um livro como este “#Paremdenosmatar!” é um registro muito importante no exercício permanentemente necessário de entender a sociedade brasileira – o é, no presente e, por certo, o será no futuro. Importante, sobretudo, para se conhecer como operam e operaram os mecanismos do “racismo à brasileira”, com suas continuidades reatualizadas, se o olharmos em perspectiva histórica.
Uma história “do Brasil” ou qualquer interpretação produzida no âmbito das humanidades, num futuro próximo, que desconsidere a “agência” de intelectuais como Cidinha da Silva e sua produção literária, estará a padecer de sérios problemas éticos, no mínimo! A obra de Cidinha e este livro, em especial, são testemunhos importantes da intervenção de intelectuais negras e negros na cultura, confrontando radicalmente a biopolítica racista que fundamenta as relações sociais e de poder mantenedoras de desigualdades genocidas no Brasil.
A propósito deste aspecto, vale a pena observar atentamente a argúcia com que a autora disseca e desconstrói os precários, falaciosos, mas persistentes argumentos do então colunista da Revista Veja, Reinaldo Azevedo, contra o posicionamento da Ministra Luiza Bairros por ocasião dos “rolezinhos”, nos shoppings na crônica “Luiza Bairros e o vendilhão do templo” (p. 44).
É um livro que deve ser adotado na formação das juventudes, nas escolas nos mais diversos espaços de produção de conhecimento – inclusive, na formação acadêmica de professores e pesquisadores. Pois – uma vez mais –, não se justifica a perpetuação de interpretações “tradicionais” do Brasil, que desconsiderem uma obra como esta e a produção de intelectuais como Cidinha da Silva que, de maneira habilidosa e apurada, articula uma leitura do racismo por aqui e alhures em suas complexidades, a partir “de dentro”.
A singularidade do poder da “escrevivência” de Cidinha está, a meu ver, na capacidade da autora de manter a perspicácia do olhar para as coisas vividas e comunicá-las com a contundência necessária, para romper a naturalização das diversas formas de violência e injustiça sofridas pelas vítimas do racismo estrutural e estruturante da sociedade brasileira.
Para aquelas e aqueles a quem não é permitido sequer um respiro na condição de ter que estar sempre na defesa – porque a violência racista não dá trégua –, vejo este livro como mais um ato de solidariedade da autora, que se realiza oferecendo o mais autêntico de si ao mundo, na defesa inconteste da humanidade daqueles a quem esta humanidade é usurpada a cada minuto.
Porque, veja: é bastante corriqueiro passar por uma feira nas festas de São João em uma cidade nordestina ou Estação do Move [BRT] improvisada de Ribeirão das Neves, ou de Santa Luzia, ou de outra periferia qualquer neste país de desigualdades e se irritar por ter o trânsito de pedestres atrapalhado pelo afã de sobrevivência do sem número de trabalhadoras e trabalhadores informais, que por isto lhe tolhem o direito de ir e vir livremente.
É possível até que você consiga superar a irritação do momento e sinta pena ou uma doída indignação pela condição daquela trabalhadora negra. No entanto, ser solidário exige de nós, coragem para superar a fatalidade que imobiliza e alimenta a negligência.
A este respeito, na crônica “Sobre os que juntam vinténs na microeconomia do carnaval” (p. 40 e 41), Cidinha vale-se, como em todo o livro e em toda sua obra, da chamada “coragem da verdade” (expressão reabilitada, pelo filósofo Michel Foucault, dos gregos antigos), a serviço da justiça, e nos propõe desnaturalizar o olhar para uma situação que é considerada por muitos como natural e insuperável: a das mulheres invariavelmente negras e de todos os envolvidos na chamada “microeconomia” subproduto do carnaval de Salvador que explicita a profunda desvalorização da vida humana negra.
Termino agradecendo pela possibilidade de compartilhar deste momento, ao lado de duas mulheres admiráveis e que são, como muitas intelectuais e ativistas negras da contemporaneidade e do passado, referências de força, sensibilidade e generosidade para nossa geração (Áurea Carolina e Cidinha da Silva).
Proponho que nos lembremos deste momento como um ato em memória de Cláudia da Silva Ferreira e de todas e todos que foram abraçados pelas palavras amorosas de Cidinha em seu livro, dos jovens mortos pela violência no Aglomerado Santa Lúcia, recentemente e no passado, de “Luiz Carlos Ruas” – Índio, assassinado recentemente, de maneira brutal, covarde e diante de tantos olhares indiferentes, em uma estação do metrô de São Paulo, por defender uma mulher transexual! Por todos eles e elas exigimos: “Parem de nos matar!”
Que possamos viver num país em que isto não seja mais admitido. Por ninguém! Em nenhuma circunstância!
* Doutoranda em História Social na UNICAMP
Óleo sobre Tela de Gilda Portella



terça-feira, 10 de janeiro de 2017

É Tempo de Falarmos de Nós Mesmas!  - Taina Aparecida Silva Santos




 

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS
GONZÁLEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira.
SMITH, Christen. Lembrando Beatriz Nascimento: quilombos, memórias e imagens negras radicais.
CHALHOUB, Sidney; PINTO, Ana Flávia Magalhães. “Asédio do mundo”: (à guisa de apresentação).
WERNECK, Jurema. Of Ialodês and Feminists: Reflexions on Black Wome’s Politican Action in Latin America and the Caribbean.
Na Imagem ao fundo Tela de Gilda Portella

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Construir cenários positivos – um convite e uma possibilidade.

 Construir cenários positivos – um convite e uma possibilidade.


Quando nos amamos, desejamos viver plenamente. Mas quando as pessoas falam sobre a vida das mulheres negras, raramente se preocupam em garantir mudanças na sociedade que nos permitam viver plenamente.

Geralmente enfatizam nossa capacidade de “sobreviver” apesar das circunstâncias difíceis, ou como poderemos sobreviver no futuro. Quando nos amamos, sabemos que é preciso ir além da sobrevivência. É preciso criar condições para viver plenamente. E para viver plenamente as mulheres negras não podem mais negar sua necessidade de conhecer o amor.” (bell hooks em vivendo de amor)


 Num bate-papo fortalecedor com Patrícia Alves, mulher preta, Iyalorixá do Ilê Axé Iya Mi Agbá, pedagoga, mestre em comunicação, pesquisadora do NeoCriativa e do NUPE/Unesp, e coordenadora de Educação no Instituto Omolara Brasil (uau!), muitas reflexões vieram à tona e me inspiraram, como era de se esperar.
 
2016 foi um ano difícil, marcado por retrocessos, direitos questionados e retirados, avanço de uma elite conservadora, racista, machista, capitalista. Foram muitos os momentos, principalmente para nós como população negra, principal vitima das desigualdades e exclusão, em que pareceu não haver mais de onde tirar forças para continuar, momentos de abismos e notícias tão absurdas e violentas à nós que não pareciam ser reais.

Há um estigma sobre a mulher negra que nos expõe à uma violência não declarada mas gritante: o da mulher negra forte, a que tudo aguenta. Esse estereótipo age tanto em nossa saúde física, se pensarmos por exemplo na violência obstetra à que somos submetidas por sermos “fortes”, quanto em nossa saúde mental e emocional que é invisibilizada, desmerecida, colocada de lado, às vezes até mesmo por nós mesmas já que nos fizeram acreditar que prezar por esse aspecto é bobeira. Afinal, é necessário pensar em nossa sobrevivência primeiro certo? Hum, não deveríamos ter que escolher em se preocupar apenas entre sobreviver, e não morrer. O racismo é uma violência também psicológica cotidiana.

 
“O autoconceito – maneira pela qual a pessoa organiza as percepções sobre si mesma, é um processo que começa no nascimento, desenvolve-se ao longo da vida, de acordo com as experiências vivenciadas do dia-a- dia. O conjunto das autopercepções, algumas temporárias outras permanentes, forma o autoconceito e influencia o comportamento dos indivíduos, associa-se à autovalorização positiva ou negativa e é a referência através da qual a pessoa vê o mundo que a rodeia, numa dinâmica complexa que envolve a organização das idéias e a crença em si mesma. Logo o efeito do racismo vai incidir diretamente na construção de um autoconceito negativo e desvalorizado sobre si mesmo, uma vez que ele ataca o sujeito naquilo que lhe dá consciência de identidade, seu corpo. O ataque ao corpo do negro é constante; é sabido que o corpo está demarcado pelos valores sociais, nele a sociedade fixa seus sentidos e valores. Portanto essas situações podem provocar processos de desorganização psíquica e emocional.” (I Seminário Saúde da População Negra 2004)

É fato que se manter numa sociedade que nos violenta à todo momento nos obriga a construir uma postura combativa, e como no decorrer de toda nossa existência desde que escravizaram nossos antepassados, nós resistimos, e continuamos a lutar. Mas ser obrigada à luta diariamente é exaustivo. Merecemos e temos o direito à uma vida plena.

Milton Santos, em Por uma Outra Globalização, observa que o mundo nos é colocado sob 3 óticas: “o primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: perversidade; e o terceiro, o mundo tal como ele pode ser: possibilidade”.

Fábula é a forma como se conta que o mundo é, como as coisas acontecem, a partir de uma visão e essa visão pode ser eurocêntrica, e preconceituosa.


Perversidade é como de fato as coisas acontecem, com uma comodidade infeliz. É o “ah, mas o mundo é assim mesmo, não há o que fazer”, o ok com as coisas como elas são, de sua própria natureza, não irão mudar. E o que nós fazemos? lutamos diariamente contra essa perversidade, através das possibilidades.

Possibilidades são construídas por nós em busca de uma realidade menos desigual e discriminatória. São as brechas que encontramos para debater raça em espaços brancos, gênero em espaços não convidativos, pautar as nossas vivências onde for.

Muitas dessas possibilidades se dão por meio da palavra.

A Palavra, ou oralidade, é um dos valores civilizatórios afro-brasileiros, “Herança direta da cultura africana, a expressão oral é uma força comunicativa a ser potencializada. Jamais como negação da escrita, mas como afirmação de independência. A oralidade está associada ao corpo porque é através da voz, da memória e da música, por exemplo, que nos comunicamos e nos identificamos com o próximo.” (A cor da cultura – Projeto)

Para Patricia, oralidade é a ética e o compromisso com a palavra, porque a palavra constrói cenários, positivos e negativos. (…)”As palavras duras constroem cenários muito difíceis de desmoronar, e reverberam rápido, de maneira destrutiva. O que o afeto reverbera é um cenário fértil, de possibilidades. E as adversidades da vida que vão acontecendo encontram um lugar/corpo mais preparado, e não um lugar/corpo enfraquecido. Saio de cenários positivos de certa maneira fortalecida.”


Neste próximo ano, a Elogie uma irmã negra que desde o surgimento tem como pilares principais autoestima e conhecimento, se propõe a ser também uma possibilidade coletiva, a possibilidade de construir cenários positivos. São tantas as pressões e lutas diárias, a v
iolência também simbólica, e precisamos de espaços onde possamos encontrar leveza, precisamos de encontros, de união, compartilhar ideias, um sorriso, e uma troca de afeto por mais pequena que seja, para nos lembrar que não estamos nessa luta sós, que podemos ser apoio e encontra-lo na outra também. Cenários positivos são cenários férteis de fortalecimento, porque cenários negativos nos são expostos à todo momento. São cenários que nos proporcionam renovar nossas energias, o cuidado e valorização com o bem-estar, o sentido de coletivo, e a proximidade de uma
vida plena, que à nós é negada desde os tempos remotos.



Quais cenários positivos você compartilhou neste ano? Como você pode construir cenários positivos no próximo ano? Inclua essas perguntas na sua reflexão de réveillon. Se ainda não tentou, experimenta e compartilha, até mesmo com um elogio sincero na rua, é uma troca de energia que nos faz muito bem.

Para 2017, está e o convite que possamos compartilhar estes cenários juntas.

Texto: Luana Protazio
Imagem: Gilda Portella