segunda-feira, 24 de outubro de 2016

UM ARCO-IRIS DE PROSPERIDADE - Anderson Domingos da Silva

 

 


UM ARCO-ÍRES DE PROSPERIDADE
Ouro cobre o espelho esmeralda. No berço esplêndido a floresta em calda manjedoura d'alma Labarágua, sete queda em chama Cobra de ferro, oxum-maré, homem e mulher na cama.
JOÃO BOSCO. Nação (Musica de 1982).


Uma serpente que abocanha o próprio rabo, um círculo que se encaminha de um lado para outro da realidade. Oxumaré é um Orixá. O filho preferido de Nanã, velha feiticeira, representada pela água parada e pantanosa da ancestralidade humana. Seus mistérios, ligados à morte e ao renascimento, marcam muito bem essa característica circular, de uma força que se move em direção à renovação e a comunhão, uma existência com aquilo que ela ainda não é, mas que vai se tornar.

Oxumaré, dono do pote de ouro no final do arco-íris, adepto das mudanças periódicas, apresenta e reflete situações de altos e baixos... mas como força de transformação, seu movimento é ágil e astuto, próprio das serpentes, que do sensual ao hipnótico, guarda uma beleza terrível, quase inconquistável.

Se uma parte do ano ele é um poço, profundo de subjetividade e solidão, noutra parte é arco-íris que se expande das raízes mais profundas e sombrias até o céu e ao infinito, explodindo em sete cores os resíduos de uma imersão profunda no inconsciente da nossa alma. Oxumaré, Homem-Mulher.

AXÉ

Anderson Domingos da Silva





Nenhum comentário:

Postar um comentário